segunda-feira, 27 de julho de 2009

Lá foi Ademir...

Aconteceu no domingo (19/07/2009) quando voltávamos das férias. Passamos em Cataguazes para o aniversário da vó Expedita, mãe de Ademir. Como ele teria plantão naquela noite, resolveu voltar mais cedo para V. Rio Branco. Ele foi com a esposa, Rosa, em seu carro, nós (Harlei, minha enteada, minha cunhada e eu) fomos logo atrás no nosso.

Estávamos a 50m do carro deles, rodando a coisa de 80-90km/h, mas esse cuidado não adianta quando não são todos os motoristas que usam de bom-senso. Na curva próxima ao trevo de acesso a Diamante, um motorista novato, bêbado e com mania de herói veio a 120km/h na contra-mão. Assustou-se quando viu o carro de Ademir e deu um golpe no volante pra direita, indo contra um pequeno barranco. Assustou-se de novo e deu outro golpe para a esquerda, para voltar à pista - as rodas retormaram a aderência à pista e o carro desgovernado arremeteu contra o de Ademir, numa diagonal que pegou mais o lado do motorista do que o do carona. Não aconteceu nada conosco, mas tinha sange do desgovernado em nosso para-brisa (vejam a violência do ocorrido).

Rosa perdeu a consciência mas ficou bem, ainda que em choque. O motorista desgovernado, sem cinto, foi lançado do outro lado da pista, saindo pelo para-brisa - faleceu dois dias depois, no hospital, sem o baço e com uma hemorragia severa. Meu sogro, meu pai de coração, foi levado por Deus instantaneamente, depois do golpe violento do volante contra sua cabeça. Rosa voltou do choque na quinta, e ficou sabendo do ocorrido na sexta (não se lembra de nada).

Nós vimos a colisão. Nós vimos o motorista desgovernado ser jogado longe com para-brisa e tudo. Nós vimos Rosa desmaiada e com o rosto sangrando dentro do carro. E nós vimos Ademir sem vida, próximo dela.

Fiquei sem meu pai de coração por causa da macheza de um imbecil que, como tantos outros homens (sim, porque demonstrações idiotas como essa são típicas de "machos"), saiu por aí achando que é imortal, o mais sortudo e filho favorito de Deus. Agora vamos seguir com essa imagem se repetindo em nossa mente de novo, de novo e de novo.

Ademir ia sair de férias em setembro. E se aposentaria no final do ano.