quinta-feira, 21 de maio de 2009

Ela foi embora, mas pedi tanto pra ela ficar...

Essa é a última foto que a registrou viva.

Ela nasceu um ano depois do meu filhote. Ela tinha uma irmã gêmea - igualzinha! Duvido que os pais conseguissem distingui-las! Era iguais demais.

Das duas, era a mais tímida. Chamava-se Gabriela. Sua irmã, a Carolina, tem o gênio mais forte, é mais decidida. Gabi parecia que cresceria uma pessoa mais diplomática, e Carol conseguiria as coisas mais pela imposição, pelo porte, pelo berro. O tempo passou e elas ficavam mais diferentes - Carol com o rostinho mais cheio sem ser gordinha, Gabi continuava magrinha. E mesmo assim, eu ainda tinha uma dificuldade terrível pra diferenciá-las.

Mas as duas sempre foram umas graças! Curiosas! Queriam saber tudo, o nome, onde mora, o que gosta de comer, tem cachorrinho, tem gatinho? Chegavam perto da gente e ficavam brincando com um mecha do nosso cabelo. E o meu, que é muito comprido, devia ser gostoso de fazer trança, e de ficar torcendo nos dedos.

Me lembro que uma era mais fácil de dar comida, a outra era mais exigente, não curtia muito uma salada... mas agora não me lembro quem era.

Elas moravam numa casa grande, bonita, que eu mesma não conhecia - só algumas fotos. Uma casa boa, num bom lugar, num lugar seguro. Mas outro dia dois homens ruins, dois demônios, entraram nessa casa boa, que fica nesse lugar bom, nesse lugar seguro. As gêmeas estavam com a babá, os pais viajavam a trabalho. O alarme disparou e - não sei se por susto ou por raiva - um dos diabos disparou um desafio injusto contra a Gabi. A quietinha. A tímida. E ela bem que tentou usar de diplomacia com esse desafio, e brigou com ele por quase um dia e meio. O corpo dela bem que queria, provavelmente a alma também, mas a cabeça não mais.

Gabi se cansou e desistiu. Era desafio demais pra alguém tão nova. Deus deve ter ficado com pena e a chamou. Talvez tenha dito algo do tipo: "Vem, minha filha, descansa". E ela foi.

Não vou mais ter dificuldade em diferenciar uma gêmea da outra. Ninguém mais vai. E quem olhar pra Carol, não vai mais achar a Gabi logo ao lado.

Agora Carol está sozinha no quarto. A casa em silêncio, sem briguinhas, sem castigos, sem insistências, sem gargalhadas. Os coleguinhas agora só vêem uma, sem o reflexo, mas um reflexo não-igual.

Gabi era minha prima. A menina de Rio Claro de quem os jornais andaram falando.

Apaga-se uma centelha de vida aqui. Acende-se uma grande fogueira lá no alto.

Fique com Deus, Gabi.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Um primeiro storyboard...

Este é meu primeiro storyboad. Trabalho de faculdade, amador, iniciante, sem técnica... ah, mas eu gostei! :-)










Enredo: a filha está folheando um álbum de fotografias de quando a mãe estava grávida dela. Quando as fotos são focalizadas, a cena ganha vida, com aspecto de lembrança (enevoada). E a história vai seguindo.

A loja existe de verdade, mas a peça é só uma simulação para o Dia das Mães, não será veiculada.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Quadrim da Carol!

Carolina Lehner, desenhista de quadrinhos de humor sádico! ;-p

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Santinho da Biaquario!

Essa imagem eu ganhei de presente da minha amigona Juliana! O "nome de guerra" eu ganhei duma coleguinha, a Carol.

"Santa Bibiô", mesmo... tem que ter o saco do tamanho dum búfalo pra agüentar o que eu agüento!

Boas manchetes!

Eu tentei. Eu JURO que tentei. Olhei pro outro lado, fiz vista grossa, mas foi inevitável: QUASE MORRO DE RIR!!! Minhas manchetes favoritas nessa bela magnífica internet! Eu me divirto moooooooóinto com isso aqui! :-p

"Menino de oito anos bate BMW do pai"
"Homem leva mordida de cobra no pênis ao usar a privada"
"Professor fica 65 HORAS em árvore após aposta"

terça-feira, 5 de maio de 2009

Odeio ver gente morrendo

De verdade, detesto mesmo. Nunca vi gente derradeiramente morrer, mas vejo gente morrendo todo dia.

Conheço uma pessoa que usa maconha, mas ela não sabe que eu sei disso. Essa pessoa tosse desde o dia que a conheci, e até hoje tá sempre tossindo. Já cansei de falar pra essa pessoa procurar um médico, e ela só me diz que não vai porque "não gosta de médico". Essa pessoa sabe que se for ao médico ele vai sacar que ela usa maconha, e vai mandá-la parar. E ela não vai parar. E eu sei disso, mas ela não sabe que eu sei. Nunca vi essa pessoa com os olhos vermelhos, mas sempre está com olheiras enormes. Cansa fácil, e continua tossindo o dia inteiro. Toma chá de boldo com carqueja e guaco, e remédio por conta própria, e nunca melhora. Ainda não percebeu que CRM serve pra saber que remédio tomar. E essa pessoa não tem CRM.

Conheço uma pessoa que bebe mais do que a maioria das outras pessoas que conheço juntas. Essa pessoa praticamente nem tem fígado mais (e ela sabe disso), mas continua bebendo. Já cansei de falar com ela também. Diz que "uma pinguinha só não vai me matar". Uma hora dessas, vai matar sim, e o cadáver magrelo vai ficar com uma barriga de dar trabalho pra fechar o caixão depois. Quem já viu, sabe como é feio.

Eu conhecia uma outra que cheirava cocaína como criança cheirando bolo quente na fôrma. Sangrava pelo nariz quase todos os dias. Tomou bomba no 2º ano de tanto que faltou porque o nariz sangrava muito. E não adiantava falar pra parar, ela dizia que não era viciada e que parava quando quizesse. Dizia que "tinha uma vida muito difícil" (apesar da família sólida, escola particular e mesada rechonchuda) e que usava a cocaína pra se sentir melhor. Ô, dó... Essa pessoa se mudou pra Brasília e perdemos contato. Nem sei se ainda vive.

Pensando bem, conheço mais gente "suja" do que gente "limpa". E sou hostilizada por essas "sujas", que dizem que a errada sou eu, por ser careta. Como se o correto fosse se envenenar voluntariamente e morrer de câncer, enfizema pulmonar, falência cardíaca... aos 30 anos de idade.

Eu, hein?? Fico cá com minha caretice, pra poder curtir filhos e netos. Quem gosta de vida curta são as moscas.