quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Por favor, roubem conhecimento.

Outro dia eu estava pensando em como a sociedade está imersa em violência, em roubos, em assaltos. Pensei nisso porque estava saindo de uma livraria com quase R$100,00 em livros, e quando me dei conta disso fiquei apreensiva. Mas logo depois rascunhei uma constatação muito simples: mas quem diabos roubaria livros? Houve um tempo em que as pessoas tinham interesse em roubar conhecimento, mas não nos dias de hoje. Hoje é roubar dinheiro pra comprar droga, pra comprar cigarro, pra comprar dose de pinga. O engodo é a dificuldade em arrumar emprego.

Nossa, como fiquei chateada. Cheguei a querer que me roubassem aqueles livros, sabe... Acho que ficaria até feliz! Lógico, eu teria perdido um valor real, mas o ladrão agora teria a chance de conhecer aqueles assuntos (que eu conheceria porque eu tinha dinheiro para pagar por eles).
Por via de roubo? Sim. E continua errado do mesmo jeito. Mas ele estaria roubando informação, conhecimento. E quem sabe isso não abriria as lentes dele para uma outra vida? Algo mais digno, mais correto?

Acho muito frustrante ver como o conhecimento está ocupando um lugar terciário (nem secundário é, mais) na vida das pessoas, como a informação ficou banalizada, desvalorizada. E justo na época em que ela está mais acessível!

Não entendo essa preguiça de querer ser inteligente, de querer ter cultura. De querer ser alguém.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

R$229,00?????

Foi tudo o que consegui gritar, lá de dentro do provador, quando vi a etiqueta com o preço.

Começou assim: eu procurava por um maiô (é, eu uso maiô, e não biquíni), e não encontrava em lugar nenhum. Onde tinha, ou o modelo era feio, ou eu não cabia (soutien 46 não cabe num 42). Nas outras lojas, uma farra de biquínis de todo tipo - e nenhum maiozinho.

Aí fui parar naquela loja. Eu sabia que ela era meio careira mas, depois de olhar em todo canto, a gente pensa que já é hora de se render àquelas lojas pelas quais uma pessoa sensata normalmente passa reto.

Uau! Tinha algumas opções! Gostei muito de três modelos, e os levei ao provador. Um era soutien 44 e eu não coube, o outro ficou meio balaião no corpo (eu não tô em forma, mas ainda não encho um treco daquele tamanho), e o outro ficou a dois pontos percentuais de ficar perfeito.

- Linda a estampa! Olha só, ele tem bojo!

Aí vi a etiquetinha pendurada e resolvi olhar. Meu estômago soluça só de lembrar.

- Duzênzi vintinóv reais???????

Tinha uma observação lá: R$206,00 no pagamento à vista. Ah bom, aí fica mais justo, né?...

Saí do provador desolada. A moça veio toda sorridente:

- E aí? Gostou de algum?
- Olha, eu gostei muito desse aqui, foi o que ficou melhor, mas confesso que esse valor tá bem acima do que eu pretendia gastar com maiô.
- Ah, mas pensa bem: você só vai estar vestida com o maiô. Então ele tem que ser bonito! Num é?

Pensei: "pois é, então vou levar uns três desses colares dourados com bolas de gude penduradas, pra fechar o visú".

Normalmente eu dou uma desculpa esfarrapada e saio da loja, mas nesse caso eu deixei claro que ia procurar em outras, porque ali tava caro demais. Mas eu sabia que não acharia nada melhor. Anyway, não comprei.

229 contos de réis num pedaço de lycra? Pra colocar na salmoura e na água clorada??? Ma nem f*dendo!!!!