quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Ah, eu quero...


Os dias ficando cada vez mais curtos, todo mundo implorando por horas a mais como se fosse possível anexar mais uns blocos de minutos. Quase como colocar crédito no celular. "Preciso de mais crédito!" "Preciso de mais tempo! Onde compro? Onde peço? Onde tem?"

Viramos um dia por cima do outro às vezes sem dar uma pausa, como bolas de neve numa avalanche cinematográfica, e nessa a gente se habitua a querer tudo pra ontem, como se tudo fosse possível de ser feito dessa forma - e ainda sair coisa que preste. Queremos que aconteça hoje, queremos poder revelar o segredo agora, queremos que fique pronto pra amanhã cedo.

As rochas quando são expandidas se racham - o tempo nem isso! Ele não aceita expansão, não importa o tamanho do problema que temos pra resolver. O que aumentam são os prazos, mas pra isso, haja semancol...

E no meio dessa revoada tresloucada de maritacas malucas que cortam o ar quase sem ordem, eu vi cortinas revoando de leve com o vento, rebatendo a luz do sol na namoradeira que aguarda o dia seguinte vigiando meus rabiscos distraída, simplesmente olhando o tempo passar.

Por que não?