sexta-feira, 21 de maio de 2010

Sobre diferenciais...

Há algumas semanas, meu companheiro e eu pudemos investir em alguns móveis para a sala (haja visto que os nossos estavam caindo aos pedaços). Fomos a uma loja popular para ver alguns móveis juntos, mas na ida passamos em frente a uma outra loja, com uma vitrine muito grande onde haviam vários belos móveis expostos. Sugeri darmos uma paradinha ali pra ver o que eles tinham. Percebam: já estávamos praticamente decididos a comprar na outra loja.

E lá chegando, nos apaixonamos à primeira vista por um sofá logo na entrada. Mal entramos, chegou um vendedor da loja, sorriso ponta-a-ponta, voz agradável, jovem, e com um nível de empatia fatal! Do tipo que entende a palavra inteira só de ver o pingo do 'i'. Num instante, percebeu nosso modo de ser, nosso linguajar, nossos times (creiam-me!) e se ajustou rapidinho a isso. Virou quase um amigo de infância!

Dissemos que procurávamos móveis para a sala, e ele já saiu mostrando as opções da loja - que não era popular como a outra, diga-se de passagem. Ajudou a escolher peças que combinavam entre si, mostrou sugestões de estampa de estofado, sugestões da cor das madeiras, do conforto de algumas peças... enfim: além de saber vender e cativar, sabia ajudar a encontrar soluções de decoração. E não. Ele não era gay.

Orçamento feito, mais de 40 minutos depois, imersos num mar de risadas com aquele vendedor tão diferente! Mas... "Ih... ficou meio caro isso aí, hein... a gente não pretende gastar tanto, não". Na mesma hora, ele ligou pro chefe, que autorizou um desconto. Mesmo assim o valor continuava alto pra nós, e ele tornou a ligar pro chefe. Dessa vez, o próprio veio conversar conosco. Cara novo, animado, energético, disposto a negociar. Abaixou o valor de algumas peças até ficarem abaixo do valor promocional pra pagamento à vista, e ainda deixou parcelar!

Saímos da loja com a compra feita, e ainda ganhamos o kit abaixo:


O kit era composto por essa sacola de papel grosso (cartão?), e dentro havia uma garrafa squeeze, 4 mini-balas personalizadas com a logo da empresa e o endereço e uma caneta personalizada.

Tá, Bia, mas para de enrolar, dá só o lead! Ok, vou encurtar. Aliás, vou dissecar o que houve naquela loja.

ENCANTAMENTO.

O vendedor sabia que não éramos o tipo de freguês que compra tudo do mais caro e à vista, mas queria nos vender assim mesmo. Comissão, sabe como é... Então ele sabia que ia ter que nos convencer a comprar aqueles móveis, mesmo eles não estando exatamente dentro da nossa faixa financeira. Como?

- nos fez testar o conforto de cada peça;
- nos fez apreciar a beleza delas;
- nos ofereceu café e boa conversa (aliás, o café tava ótimo!);
- ajudou a solucionar dúvidas de ordem meramente decorativa (ele não era obrigado a sacar dessas coisas, mas sacava);
- foi flexível nas negociações iniciais;
- foi rápido em acionar o chefe para continuar negociações que estavam fora do alcance dele;
- o chefe também foi flexível, e adequou o orçamento da loja ao nosso;
- nos deram dois kits como os acima;
- não nos trataram como clientes, nos trataram como GENTE. Gente com humor, necessidades e possibilidades específicas.

Compramos numa loja mais cara, e por que? Porque o atendimento foi cativante, foi ENCANTADOR. Foi uma demonstração claríssima de marketing de relacionamento; a loja queria estabelecer uma relação duradoura conosco, para conseguir que voltássemos lá no futuro para novas aquisições, para conseguir que fizéssemos uma propaganda positiva sobre eles por aí.

E digo, como proto-publicitária que sou e como cliente: eles conseguiram. Já fazemos planos de compras futuras por lá mesmo.

sábado, 8 de maio de 2010

Ficamos sem Maurício Albuquerque

Querido Deus...

Hoje ficamos sem meu tio, Maurício Albuquerque. Pai de dois filhos adultos, cada um com seus próprios filhos, ambos bem sucedidos na vida. Esposo de minha tia Marília, com quem nutriu um casamento de várias décadas.

Sabe, Deus, ele era um cara legal. Era sério, mais na dele, mas era uma boa pessoa. Tinha uma voz profunda, rouca, inconfundível. Trabalhou duro a vida toda, levou rasteiras de pessoas em quem confiava, pagou por isso. Passou apertos que com certeza lhe tiraram noites e noites de sono. Colecionava problemas cardíacos, cateterismos e safenas, mas nunca descuidou da saúde - era consciente da importância disso.

Morava em São Paulo, cidade da qual desgostou nos últimos meses, e finalmente se mudou para Vitória-ES, perto de um dos filhos. Gostou da cidade, e reaprendeu a ser feliz lá. Parece até piada de mau gosto: essa alegria durou poucos meses.

Deus, você viu meu tio na hora? Ele estava na casa do filho, com a esposa, a nora e os dois netos. Estava comendo pizza, tomando cerveja e se divertindo. Você foi bondoso com ele, isso eu reconheço. O levou sem que ele mesmo nem percebesse. O coração parou com ele à mesa, e ele tombou a cabeça pra baixo, sem vida. O susto foi dos outros. O filho o carregou pro carro, a nora dirigindo como se fugisse da polícia e minha tia no banco da frente, enquanto o filho tentava reanimar o pai. Sentia o pulso... perdia o pulso... Não era pra ser. Meu tio tinha partido.

Deus, meu tio tinha lá seus pecados. Tinha mesmo. Mas acredito que ele pagou muitos deles em vida, e olha quem não sei nem a metade dos sufocos que ele passou. Então, por favor... tenha-o em um bom lugar. Conforte a família, ajude-os a superar esse susto tremendo, esse trauma. E ajude-nos a todos a continuar. Sem Maurício Albuquerque.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Evite olhar superficialmente, publicitário...

O texto não tem a ver diretamente com publicidade mas, lendo até o final, vocês vão ver que, indiretamente, tem sim.

Há poucos dias, o Jornal Nacional fez uma matéria sobre o aumento nos casos de hipertensão entre os brasileiros, e fez um apelo para que a população reduzisse o teor de sódio em sua alimentação, a fim de evitar o mal.

Pois bem. A hipertensão tem várias origens, sendo que as principais são: má alimentação (excesso de sódio), estados emocionais e genética. Se a origem da sua hipertensão for excesso de sal, você reduz a quantidade diária, faz exercícios e pronto. Se for emocional, faz um acompanhamento psicológico (ou mesmo usa alguma medicação anti-ansiolítica) e fica bem. Mas e se a causa for genética?

Eu que sei. O buraco é beeeeem mais em baixo. Só cortar o sal não adianta, cortar o sal e fazer exercícios não adianta, cortar o sal, fazer exercícios e levar uma vida tranquila não adianta. Ajuda, mas não resolve. Remédio neles, pra todo o sempre.

Já ouviram falar em SELEÇÃO NATURAL? É um mecanismo da natureza, que evita que organismos fracos e doentes continuem andando sobre a terra, mantendo só os fortes por aqui. Com a medicina, hipertensos, diabéticos, portadores de câncer têm vivido muito mais tempo - antes eles morriam em questão de meses. Até de gripe se morria! Agora não. Vive-se com essas doenças todas, procria-se e deixa-se o gene da doença em seus sucessores. Eles desenvolverão estas doenças, usarão da medicina para continuarem vivos, terão filhos e passarão para eles o mesmo gene que você passou para eles. Resumo da ópera: a medicina matou a seleção natural.

De volta ao Jornal Nacional: adianta só cortar o sal? O Brasil está pipocado de hipertensos genéticos, que passam o gene da doença para seus filhos, que o passarão para seus netos. Com ou sem sal em excesso, a hipertensão continuará. Foi feita uma observação de certa forma leviana sobre a hipertensão no Brasil. O problema causa/consequência não foi estudado a fundo. O diagnóstico foi errado/incompleto, e a solução sugerida também.

Olhar superficialmente um problema é como julgar alguém pela aparência: dá errado e você ainda sai mal na fita.