sábado, 8 de maio de 2010

Ficamos sem Maurício Albuquerque

Querido Deus...

Hoje ficamos sem meu tio, Maurício Albuquerque. Pai de dois filhos adultos, cada um com seus próprios filhos, ambos bem sucedidos na vida. Esposo de minha tia Marília, com quem nutriu um casamento de várias décadas.

Sabe, Deus, ele era um cara legal. Era sério, mais na dele, mas era uma boa pessoa. Tinha uma voz profunda, rouca, inconfundível. Trabalhou duro a vida toda, levou rasteiras de pessoas em quem confiava, pagou por isso. Passou apertos que com certeza lhe tiraram noites e noites de sono. Colecionava problemas cardíacos, cateterismos e safenas, mas nunca descuidou da saúde - era consciente da importância disso.

Morava em São Paulo, cidade da qual desgostou nos últimos meses, e finalmente se mudou para Vitória-ES, perto de um dos filhos. Gostou da cidade, e reaprendeu a ser feliz lá. Parece até piada de mau gosto: essa alegria durou poucos meses.

Deus, você viu meu tio na hora? Ele estava na casa do filho, com a esposa, a nora e os dois netos. Estava comendo pizza, tomando cerveja e se divertindo. Você foi bondoso com ele, isso eu reconheço. O levou sem que ele mesmo nem percebesse. O coração parou com ele à mesa, e ele tombou a cabeça pra baixo, sem vida. O susto foi dos outros. O filho o carregou pro carro, a nora dirigindo como se fugisse da polícia e minha tia no banco da frente, enquanto o filho tentava reanimar o pai. Sentia o pulso... perdia o pulso... Não era pra ser. Meu tio tinha partido.

Deus, meu tio tinha lá seus pecados. Tinha mesmo. Mas acredito que ele pagou muitos deles em vida, e olha quem não sei nem a metade dos sufocos que ele passou. Então, por favor... tenha-o em um bom lugar. Conforte a família, ajude-os a superar esse susto tremendo, esse trauma. E ajude-nos a todos a continuar. Sem Maurício Albuquerque.

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