terça-feira, 23 de março de 2010

Internautas não lembram de propaganda online

Levantamento da Millward Brown Brasil reafirma a necessidade de relevância para marcas se relacionarem com consumidores

Por Mariana Ditolvo

22 de Março de 2010

Jovens ou adultos, não importa. O que cativa mesmo o consumidor na internet é a oferta de conteúdo relevante. Durante apresentação no 4º Congresso Brasileiro de Pesquisa (ABEP) na tarde desta quarta-feira, 22, Valquíria Garré, da Millward Brown Brasil, mostrou que, apesar de nutrirem uma relação mais forte com as marcas na internet, os consumidores não lembram de inserções publicitárias e dependem de relevância para se relacionarem.

Segundo pesquisa feita com uma pequena amostragem de público jovem e adulto, as categorias de produtos de tecnologia, carros, roupas e restaurantes são as que se saem melhor no boca a boca online. Por outro lado, refrigerantes, supermercados e o setor de seguros são os que oferecem menos vantagens de relacionamento, de acordo com os consumidores.

O estudo revelou ainda que a televisão, ao contrário do que pregam as teorias apocalípticas, ainda tem papel bastante representativo na vida das pessoas. "Esse é um resultado esperado, uma vez que a televisão é o canal que recebe mais investimentos publicitários. Por consequência, a maioria dos entrevistados associa a televisão à publicidade, mas mostram certa resistência ao falar de propaganda na internet", disse Valquíria. Do total de jovens investigados, 28 disseram associar propaganda à TV, 5 à sites, 3 à revistas e apenas 1 ao YouTube.

Referência em comunicação online, a Coca-Cola assumiu papel importante diante desse público por conseguir usar de maneira bastante completa o mix de meios para se relacionar. "É um exemplo a ser seguido por conseguir chamar as pessoas para a internet através do comercial de televisão e, na rede, oferecer entretenimento, diversão e benefícios reais aos consumidores", coloca Valquíria. "São associações que mostram como é cada vez menos necessário ser lembrado por uma propaganda e investir para que o consumidor se mantenha em contato constante com a marca, mudando a essência da abordagem e do ciclo de relacionamento", finaliza.

Original em: http://www.mmonline.com.br/noticias.mm?url=Internautas_nao_lembram_de_propaganda_online&origem=mmbymail

quinta-feira, 18 de março de 2010

É, eu escalava...

Era a melhor coisa do mundo - na verdade, talvez ainda seja.

Quando você pratica escalada, precisa se concentrar, pois você carrega todo o peso do seu corpo o tempo todo, e precisa dividi-lo para braços e pernas. É preciso coordenação e planejamento de cada movimento; afinal, você vai estar apoiado em pequenas estruturas, e não em degraus de escada. Movimentos mal-feitos e você pode cair - mesmo estando atado a uma corda, cair é tudo o que você não quer! ;-)

Isso tudo quando você treina em academia - porque quando está numa rocha... ah...

Na rocha, tudo muda. Basta começar a se aprontar (conferir as cordas, os freios, os mosquetões, sapatilhas e sacos de magnésio) pra começar a se desconectar do mundo. E quando você toca a pedra, já era. Você não está mais aqui. Você não sabe mais o seu nome. Você não se lembra mais dos seus problemas. O único que você passa a ter é o seguinte: "deixa eu ver como vou fazer pra chegar lá em cima...".

Escalei durante um bom tempo! Uns 3 ou 4 anos. Logo que terminei meu primeiro ano de treino na academia, já estava dando aulas (nosso professor formou e foi embora, me deixando incumbida disso), e já tinha algumas experiências em rocha.


Esses são meu professor (Agnaldo) e eu, durante a subida de uma das rochas em Araponga-MG. Era uma via de mais ou menos 60m de altura, chamada Maldição da Múmia. Acho que foi a primeira escalada que fiz com minha sapatilha. Essas sapatilhas são específicas para escalada em rocha, com um solado de borracha super aderente e ranhurada. É muito apertada no pé, para dar mais firmeza (se o pé ficar "sambando" lá dentro igual num tênis folgado, você cai toda hora). É desconfortável, e até meio difícil de calçar, mas na rocha você agradece por estar calçando uma!


Esse é o Harlei, meu companheiro, durante uma subida em Ervália - um paredão que tem lá. Planejamos a ida lá um tempão, e justo no dia, baixa uma neblina f*dida. Mas a gente já estava lá mesmo, então ficamos e tentamos aproveitar ao máximo. Reparem que ele também estava usando sapatilha especial. Acho que essa foi a primeira experiência dele em rocha, e foi bem! :-) Apesar da neblina, a rocha estava relativamente seca, então a subida não ficou prejudicada.



Esse é o Marcos, na mesma rocha que o Harlei estava. No caso, ele estava usando um par de Kichute (lembram dele?). É o primeiro calçado de qualquer escalador: um Kichute com as travas cortadas. Entre todos os sapatos convencionais, é o que o solado mais aderente. Basta comprar um número que fique bem justo no pé, e pronto. Repararam que nem ele nem Harlei estavam presos a cordas? Chamamos esse tipo de subida de "boulder", ou seja, quando a rocha é pequena e uma queda é controlável e sem oferecer riscos. Mas sempre fica alguém no solo, pronto para orientar a queda (mas nunca tentar pegar no colo, que ninguém é tão doido, né?).


Esse é o Vinícius, também na mesma rocha. Ele morava em Ervália, e foi quem nos falou desse paredão. Tô aqui apresentando o pessoal, mas só se vê traseiros, né? É assim mesmo. :-) Se escalador tivesse RG diferenciado, teria uma foto da própria bunda no lugar da foto do rosto! ;-p Ao contrário do que parece, ele não enfiou a cara no mato, eram duas touceiras distantes mais de meio metro dele.




Esse é o Agnaldo, na nossa primeira ida a uma rocha. Essa via (caminho pra escalada, pré-determinado na rocha) recebeu o nome de Papai-Mamãe, porque a subida dela era tão fácil quanto a posição que vocês estão se lembrando aí. ;-p Ela tem uns 15m de altura (acho). Ele subiu primeiro para ancorar a corda lá no topo (essa não tinha jeito de subir sem corda). Olhando na foto não parece, mas tinha um bocado de lugares pra apoiar mãos e pés. A pedra parece lisa, né? :-)


E essa sou eu! :-) De Kichute e tudo, na minha primeira subida em rocha, na Papai-Mamãe. Lembro que passei um pouco de aperto, porque subir em rocha é totalmente diferente de subir parede de academia. A textura é diferente, e as agarras (saliências onde nos apoiamos) normalmente são bem menores. Ô, mas é tão mais gostoso subir em rocha!!!


Eu de novo, mas num boulder (lembra? Pedra pequena) em Botelhos-MG, cidade onde meu pai mora. Foi numa das minhas melhores épocas como praticante do esporte, e também a que eu estava mais viciada. Afinal, pra subir de calça jeans, tem que estar viciada é demais! Essa pedra deu um pouco de cagaço, porque já está bem lixiviada (gasta pelo tempo), então sempre havia o risco de uma agarra quebrar. Mas subi rapidinho e saí dela.




Essa é minha amigaça Jordânia, subindo uma outra rocha de Guiricema, numa via de uns 30/40m que o pessoal chama de Ninho da Coruja. É que no meio desa rocha, surge uma fenda, onde um par de corujas havia feito um ninho. Só que a fenda está à esquerda da Jô (dá pra ver na foto), e a maluca foi pelo lado mais difícil - e não caiu! Essa era das boas! :-) Esse saquinho azul preso à cintura dela é pra levar pó de magnésio - usamos pra anular o suor das mãos.


Essa foto nós tiramos na academia. O de preto à esquerda é o Vinícius, da foto lá em cima. O de branco é o Agnaldo e o outro, Miguel. Normalmente, eu é que fazia a segurança (segurava a outra ponta da corda enquanto o pessoal subia), porque eu tinha um bom domínio da técnica. Segurava pessoas muito mais pesadas do que eu. Era engraçado quando ficávamos fazendo graça na parede - os alunos de spinning, da sala ao lado, paravam pra ver, e ficavam rindo de nós! Hehehe! Era muito gostoso.


Ah! Esse dia foi bacana! Primeira escalada com o grupo quase completo! Essa foi em Araponga, numa via de 30m de altura chamada Língua Seca - porque depois de uma chuva, era a primeira parte da rocha toda a se secar, e essa parte tinha mesmo o formato duma língua gigante. A lona no chão é pra proteger a corda da poeira. reparem no Agnaldo usando o pó de magnésio antes de começar a subir.

Repararam que ninguém é marombado? Escalada não serve pra isso, mesmo. Ela define o corpo, mas não maromba ninguém. Aliás, marombado quase nunca se dá bem nesse esporte, por duas razões:
1- músculos muito desenvolvidos são muito pesados, e isso dificulta a escalada, seja na rocha, seja na academia;
2- músculos muito desenvolvidos são volumosos e atrapalham movimentos que exigem flexibilidade e agilidade.

Lembro de ter feito segurança prum marombado que chegou na academia todo cheio de marra, achando que ia abafar todo mundo. O infeliz não chegou nem no meio da parede (de 4m, só)! Pesado, desajeitado, nenhuma flexibilidade, nenhuma agilidade. Só força, num esporte que não pede força nenhuma - só jeito.

Sinto saudades de escalar. Um dia, tomara breve, volto a subir pedras e esquecer meu nome. :-) Quer vir junto?

sexta-feira, 12 de março de 2010

Calaram as mãos de Glauco.

Glauco Villas Boas, tremendo cartunista. Desde 1977, expunha sua facilidade em caricaturizar figuras conhecidas, em criar personagens, em fazer humor com suas tirinhas - especialmente ácidas, quando se tratava de satirizar políticos e situações que os envolviam.







Glauco foi o criador dos personagens Geraldinho e Geraldão, duas figuras absolutamente malucas, que transformam situações cotidianas em verdadeiras pérolas do humor, cada um a seu modo.


Glauco era mestre nas tirinhas que satirizavam afirmações insanas de políticos, era um crítico severo! Provavelmente não havia um único brasileiro (à exceção dos políticos) que não desse risada e não concordasse com o que ele colocava em suas críticas. Ele capturava a sensação do povo brasileiro sobre um escândalo político e a traduzia em imagens como essa. Não perdoava! Se derrubavam na área, era pênalti MESMO!


Pois bem. No início da madrugada de hoje, dia 12 de março de 2010, calaram o talento de Glauco. Ele (52 anos) e o filho Renan (25 anos) foram mortos numa tentativa de assalto, dentro de casa, em Osasco, São Paulo. Foram socorridos, mas deram entrada no hospital já sem vida. A violência, que deveria ter sido contida a tempos por medidas que deviam ter sido providenciadas pelos políticos que ele tanto criticava, o vitimou. E validou as críticas que fez.

É o fim das tirinhas, das críticas, das piadas. Mataram Glauco, Renan, Geraldinho, Geraldão e tantos outros. Mataram e fugiram. A cadeia não está com ninguém a mais.

Mas nós ficamos com alguém a menos.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Você fala demais na internet?

Isso é importante. Com essa moda de redes sociais tão cheia de opções (Twitter, Facebook, Flickr, Orkut...), a coisa mais fácil do mundo é falarmos demais, deixando expostas informações que a prudência manda manter ocultas. Revelamos aonde moramos, onde estudamos, a que festas gostamos de ir, com quem estivemos...

Eu uso demais o Twitter, e de vez em quando me pego digitando informações que seria melhor não divulgar – a maioria eu percebo logo e apago antes de postar. Por exemplo, se “vou ao banco e volto logo”, ninguém tem que saber – a menos que alguém esteja me vigiando, que já saiba, pelo Orkut, onde eu moro, o que eu faço da vida, onde trabalho, onde estudo. Minha foto ele já tem, então ele já pode me reconhecer. Se souber onde moro, melhor ainda – e se souber a que horas a casa está vazia então! “Uau! Valeu, moça!” E se eu postar que acabei de comprar um carro? Ou uma LCD de 42”? Se consegui um ótimo emprego na empresa X? Dá ou não dá pra calcular que tenho dinheiro e que sou um ótimo alvo? Sem querer, fiz mais da metade do serviço do ladrão.

Permanecendo no Twitter: conhecemos lá ótimas pessoas, com ótimos comentários, mas muitas vezes não sabemos o nome real, ou onde trabalham – no máximo, a cidade onde moram. Esse é o ideal: eu existo, eu tenho opiniões e comentários, e isso é tudo o que você vai ficar sabendo de mim.

Outras pessoas dão mais informações pessoais, por exemplo, informando o blog que elas mantém. Lá deve haver um “quem sou eu”, dando essas informações. E ainda assim, não passa de “formada em tal curso, em tal universidade”. Pronto.

Eu falo demais, mas estou me policiando a falar menos. E você? O que anda falando na internet?