segunda-feira, 1 de junho de 2009

Loiras não são burras

De hoje eu não deixo passar. Até o maior saco do mundo estoura - por que é que logo o meu seria diferente?

Acabei de entrar num blog que acompanho, um blog sobre briefings mal-feitos. Um deles falava sobre um equívoco engraçado cometido pelo Atendimento e, dos sete comentários, ao menos dois insinuavam que este Atendimento era mulher - e loira. Um outro brincou que uma loira do Atendimento da agência em que ele trabalha comete erros infernais de ortografia.

Pois bem... hora de descer o sarrafo.

Eu sou loira. E, sem perder tempo com excesso ou com falta de modéstia, afirmo tenho um índice de erro ortográfico baixíssimo, bem como de concordância - na verdade, escrevo muito melhor do que a ENORME maioria das pessoas que conheço. E, haja visto, 80-90% das pessoas que conheço são morenas.

Não escrevo (nem falo) "meio-dia e meio", nem que "estou meia cansada". Não chamo arquipélago de "akipélagu", nem digo que "hoje eu num tô boua". Não escrevo que minha casa é "mobilhada", nem que "sou melhor que a concorenssia".

Tenho uma facilidade brutal com idiomas estrangeiros. Aliás, diga-se de passagem, somos apenas três loiras na turma de inglês, e somos exatamente as detentoras das maiores notas.

Tenho a maior facilidade do mundo pra lidar com pessoas - inclusive com as que me desrespeitam, tentando traçar um paralelo entre minha inteligência e o nível de pigmentação do meu cabelo.

Sou inteligente o suficiente pra saber que não preciso encher o corpo de fumaça pra me acalmar quando "tô num nervo danado". Nem de álcool. Nem de drogas ilícitas.

Não tenho problema nenhum em aceitar que as pessoas têm opções sexuais diferentes, religiões diferentes, posturas políticas diferentes das minhas. Posso não concordar com elas, mas não marginalizo nenhuma.

Sou uma excessão? Não. Sou loira. E uma loira de saco cheio. A vida inteira escuto piadinhas por causa da cor do meu cabelo, e tolero que meçam minha inteligência usando esse critério ridículo; mas agora já chega.

E aos morenos "inteligentes" de plantão: 'piada' é quando todo mundo acha graça; se uma única pessoa achou ruim, já é escárnio. E isso não tem graça nenhuma.

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