segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Homenagem ao Marcelão

Este ano está difícil...

Perdemos mais uma pessoa incrível. Meu querido Marcelo Vilela, pai do Daniel (nosso Dan). Foi embora depois de (creio) seis meses contra um mal no pâncreas.

Tenho três lembranças muito claras do Marcelo. Uma é das temporadas de vento, tradicionalmente em agosto, quando ele soltava uma pipa, amarrava o cordão numa árvore ou cerca e a deixava lá. Ficava no céu o dia inteiro! Era só olhar na direção da casa dele, pra saber se ele tinha aprontado a façanha de novo.

Outra lembrança é daquele sorrisão meio escondido no meio de uma farta barba e bigode, ligeiramente grisalhos. Um dos maiores sorrisos do mundo! E sincero! Nunca vi Marcelo sorrir amarelo. Se ele sorria é porque estava ou muito feliz, ou achando a maior graça.

E a terceira é dos olhos azuis. Era um tom de azul tão radiante que dava pra enxergar a três quilômetros de distância.

Já tinha muito tempo que eu não via o Marcelo. Quando soube da doença, quis visitá-lo, mas me faltou coragem (não me perguntem, eu não sei explicar isso). Muitas vezes saí de casa com a intenção de ir à casa dele, mas não fui. Mas a bem da verdade, eu não sabia se ele estava na mesma casa, ou se em Campo Belo.

Então, vi o recado no quadro, naquele sábado. Marcelo tinha ido embora. Gelei. Como é que um cara daquele tamanho vai embora? Assim? Com é que alguém consegue fechar um sorriso daqueles? Esconder um olhar daqueles?

Eu acredito em Deus, e que só Ele consegue uma proeza como essa. Adormecer alguém como Marcelo não é pra qualquer um. Nunca foi. Por que ele tinha que ir agora, só Deus sabe, e não nos é dado entender nada disso, ainda. Um dia esse entendimento virá, no momento certo. Até lá, só nos resta agradecer a chance de conhecer e conviver com Marcelão, e pedir que ele esteja em bom lugar.

Vai chegar a hora em que encontraremos de novo aqueles olhos azuis.

Um comentário:

  1. Foram mesmo muitas perdas esse ano.
    queria lembrar outra do Marcelo: a voz. Só de lembrar dele falando com aquela voz grossa e enfática me dá vontade de rir. Mas tbm quando arrumava de dar pito, sai de baixo. Marcelão era um típico italiano sangue quente.

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