quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Uma rica volta pra casa, parte 1

Hoje, meu retorno pra casa foi muito interessante. No ponto de ônibus estava um professor que é pai de uma grande amiga minha (aliás, tem tempo que não converso com ela, mas enfim...); ele é professor de Física, e todos o chamam de Colares. Não porque ele usa colares, este é seu sobrenome. Enfim.

Colares é aquele tipo de físico que é tão inteligente, mas TÃO inteligente que não consegue tirar uma carteira de motorista. O cérebro dele tem uma atividade anormal, assim como sua inteligência. É um cara ótimo e está sempre discutindo suas teorias – é um cara fanático pelo estudo do tempo. Inclusive teve um dia que ele foi ao meu serviço procurar ajuda para reparar um erro no Eudora (programa de e-mail). Ele logo começou a falar sobre a existência das coisas em função do tempo, e o papo se estendeu por 30 minutos cravados. No final, ele agradeceu e foi embora, sem dizer qual era o problema com o Eudora. Até hoje não sei por que, exatamente, ele agradeceu. ;-p

Um dia, eu passeava perto da quadra com um amigo, e nessa quadra estava acontecendo um jogo de vôlei. Colares estava lá, de pé, assistindo. Meu amigo então divagou: “o que será que passa na cabeça do Colares quando ele vê um jogo desses? E eu respondi: “Acho que ele nem vê o jogo. Provavelmente só enxerga vetores!”. Foi uma risaiada só!

Mas enfim. Vi o Colares no ponto e já saquei que ia ter conversa boa – provavelmente não comigo, porque tinha um aluno dele no mesmo ponto, mas eu poderia dar uma orelhada. E de fato foi muito bacana! Ele veio discutindo uma teoria sobre o tempo, mas sobre uma ótica totalmente particular dele. O raciocínio era o seguinte: medimos o tempo por parâmetros sociais. Isso de 60 segundos formarem um minuto, e sessenta minutos formarem uma hora é pura convenção humana. Temos a impressão de que o tempo passa mais rápido quando estamos nos ocupando de muita coisa, e que ele passa devagar quando estamos à toa, não é? Quando nos ocupamos, o cérebro cria uma série de conexões neurais, que agirão no raciocínio da nossa ocupação, certo? E como usamos neurônios para ver, ouvir, cheirar, pensar, lembrar e sentir, a quantidade de neurônios usada é enorme, não é? E isso implica em alto ou em baixo gasto de energia? Alto, correto? Pois bem. Se nos ocupamos, gastamos energia e sentimos fome, e ainda por cima temos a impressão de que o tempo passou mais rápido. Né? Então o tempo está diretamente relacionado com o gasto de energia de cada um, de acordo com seus afazeres e sua atividade neural. Ou seja: o tempo pode ser mensurado de uma forma nova: por você mesmo! Olha que pensamento mais doido! E o pior é que, se você parar pra pensar, vai ver que tá certo! Quanto mais energia você gasta usando seu cérebro, mais rápido o tempo passa!

Loucura, loucura, loucura!

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