domingo, 28 de fevereiro de 2010

Talento nato pra olhar diferente...

Li essa reportagem no G1, e faço questão de transcrevê-la aqui. Olha, eu quero ser publicitária tão boa quanto essa moça é fotógrafa! Tem um link pro site dela, CLIQUEM NELE!! Uma aula verdadeira de nu artístico!
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Autumn Sonnichsen, a garota californiana que está virando referência no Brasil fotografando mulheres

Plantão | Publicada em 28/02/2010 às 09h41m

Fátima Sá

Autoretrato de Autumn Sonnichsen

RIO - Quem vê a lourinha da foto ao lado, cabelo longo, riso solto, jeito de menina, não imagina do que ela é capaz. Autumn Sonnichsen tem apenas 26 anos, mas está virando referência quando o assunto é mulher pelada. Para ela, modelos, atrizes e anônimas tiram a roupa com a maior naturalidade e se deixam fotografar em locais e situações que nunca tinham pensado. Californiana, vivendo entre São Paulo e Nova York desde o fim de 2005, Autumn é hoje o nome por trás de alguns dos ensaios mais bacanas que a "Trip" e a "Playboy" têm publicado. Não que ela fotografe apenas mulheres peladas. Autumn também é autora de elogiadíssimos editoriais de moda e beleza. Mas são suas fotos sensuais que mais chamam a atenção por aí.

" Cheguei nesse lance pornô bem por acaso. Não fui procurando por isso. Não sou punheteira "

Ao desembarcar no Brasil (porque queria viver um tempo no Hemisfério Sul), Autumn retratou anônimos e colaborou com diferentes publicações até chegar à finada "Ele Ela", em 2006, onde foi editora de imagem. Nessa época, viajou para a Flórida, soube que rolava uma premiação da indústria pornô e pirou com o que viu.

- Cheguei nesse lance pornô bem por acaso. Não fui procurando por isso. Não sou punheteira - ela diz, num português cheio de vocabulário e quase impecável, não fosse o sotaque e os gêneros das palavras, que ela vive trocando. - Mas sempre gostei de certas imagens. Meu primeiro ensaio de moda teve como tema uma stripper voltando para casa de manhã. Sempre foi muito forte na minha cabeça essa ideia da mulher da noite que se transforma de dia.

Na Flórida, Autumn conheceu a atriz Gia Paloma. Achou a mulher incrível e resolveu se apresentar. Semanas depois, ela colocava Gia na capa da "Ele Ela". Ela e muitas outras.

- Foi na "Ele Ela" que a gente viu as primeiras coisas da Autumn - conta Edson Aran, diretor de redação da "Playboy". - Ela faz um trabalho muito diferente, é muito moderna. E coloca intimismo nas fotos, consegue fazer com que o leitor sinta que a mulher está ali só para ele. Isso é direção, e são poucos os fotógrafos que conseguem. A essência de um bom trabalho sensual é abstrair que existe maquiador e produção em torno. Além disso, já é raro ver mulheres fazendo fotos sensuais. Ainda mais com um olhar do que vai excitar o homem. A Autumn faz isso muito bem.

Foto de Autumn Sonnichsen

Logo, a fotógrafa estava fazendo vários trabalhos para a "Playboy". Alguns de grande repercussão, como a edição especial de abril do ano passado, em que Nana Gouvêa posou em locais de São Paulo, com direito a apimentadas fotos dela e de Autumn juntas. A atriz nunca tinha ouvido falar na fotógrafa. Conheceu seu trabalho pelo site ( www.autumnsonnichsen.com ). Mas no set...

- Em muitos momentos parecia que a gente estava diretamente uma com a outra, sem nada em volta - Nana diz. - Foi uma gratíssima surpresa. Ela tem uma mão incrível pra fotografia. Além de ser uma menina doce e querida, é realmente muito talentosa. Sabe deixar a mulher linda, sem fazer aquelas fotos de mesmice que a gente está cansada de ver.

Antes da "Playboy", Autumn já fotografava para a "Trip". Depois, fez trabalhos para a "Quem" e para várias outras. Foi até entrevistada pelo Amaury Jr. No ar, sugeriu que ele tirasse a roupa pra ela. Amaury corou.

Autumn estava no Rio até semana passada. Veio ver amigos e fotografar o carnaval. Tinha chegado há pouco de Nova York, onde foi encontrar o marido, alemão, também fotógrafo. De short e chinelo, voz doce e gestos delicados, ela sentou num café de Ipanema, tomou vinho e contou sua história.

O lance com a foto começou na adolescência. Aos 14, 15 anos, ela resolveu fazer um curso básico. Aos 16, terminou o colégio e foi estudar história da arte. Um ano mais tarde, pegava a estrada. Foi para Paris, depois Berlim e, então, África do Sul:

- Como eu falava alguns idiomas (inglês, espanhol, alemão...), trabalhei como assistente de fotógrafos europeus. Daí fui fazendo meu portfólio, pensando que podia ter uma linguagem própria, uma coisa só minha.

Foto de Autumn Sonnichsen

Um dia, ouviu de um fotógrafo: "O mais importante é descobrir seu tipo de mulher. É através do seu tipo de mulher que você encontra sua linguagem." Autumn sempre soube qual era o seu tipo de mulher. E sempre soube do que gostava em fotos, pinturas, imagens. Ela curtia os nus pintados por Ingres e Courbet, as cores das telas de Rothko, as fotos de Edward Weston e Eikoh Hosoe, os textos de Yukio Mishima. Hoje, quando fala de fotografia, cita nomes como David LaChapelle, mas não se preocupa muito com o que os outros fazem. Nunca se preocupou:

- Quando você é gringa, e eu moro fora desde que sou razoavelmente nova, você aprende a não ligar muito para o que as pessoas acham. É só saber do que você realmente gosta e fazer isso.

E, afinal, do que Autumn realmente gosta? Qual é o tipo de mulher que ela quer retratar?

- Uma mulher mais bagunçada, que chega chegando - dá uma risada. - Não é necessariamente um tipo físico, é mais um feeling de mulher. Também gosto que as fotos contem histórias, e para isso é preciso prestar atenção na menina, saber onde ela fica bem, o que ela espera daquilo, qual é a dela.

Autumn curte textura, detalhe, sutileza. E há frequentemente algo fora da ordem nas imagens que ela faz.

- Gosto que a fotografia seja como um sonho, uma situação que até pode ser real, mas com alguma coisa ali que te lembra que é sonho - explica.

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