sábado, 30 de julho de 2011

Panis et circensis

É daqueles dias em que você acorda, depois da maior sequência de pataquadas e insucessos da sua vida e, simplesmente, alguma coisa dá certo. Alguma coisa boa, realmente boa.

Abracadabra! E um problema se resolve, e é daqueles que podem resolver outros problemas que dependiam dele. E quando esses problemas se resolvem finalmente,

Abracadabra!, outras soluções mais vêm a cavalo, com sela e montaria bonitas, e o resultado natural vira sorriso no rosto da gente. As gambiarras que estávamos usando pra tentar manter o controle das coisas já não são mais necessárias - pelo menos não por enquanto, ao menos um prazo pra respirar. Mas se de repente acontece um fato novo, um fato ruim,

Abracadabra!, e todo aquele sucesso se torna de uma inutilidade sem tamanho, porque ele não pode ajudar em nada com aquele sorriso que virou cara de choro de repente.

O que fazer quando a onda escura vem e dá um caldo naquela mineirada bocó que pensava que podia furar todas as ondas sem engasgar? E quando você não leva o caldo, mas vê o companheiro se embolando na onda escura?

É essa mania de querer solucionar o insolucionável, proteger do destino que é certo, fazer a cara de choro virar sorriso de novo num estalar de dedos. Coisa de mágico de circo, de circo que pode pegar fogo e, se pegar, vai precisar é de bombeiro, não de mágico.

E o mágico vai se esganar por dentro porque nenhum dos truques que ele conhece pra desbravar sorrisos vai servir pra fazer a lona parar de queimar.

Um comentário:

  1. O que o mágico geralmente não entende é que a lona deixa de queimar com o truque mais simples dele, porque ele é bom pra caramba no que faz mesmo não assumindo isso. Labareda alguma resiste a uma bela jogada de cartas ou a um coelho saindo da cartola, quando se é feito com a dedicação que eu vejo.

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